Lisboa e Porto são considerados os melhores municípios para viver, fazer negócios e turismo, segundo um ranking elaborado pela Bloom Consulting.

A nova edição do Bloom Consulting Portugal City Brand Ranking foi lançada esta terça-feira e surge com o objectivo de destacar os melhores municípios para negócios (atracção de investimento), para visitar e para viver, através da recolha de dados quantitativos e de pesquisas on-line. A análise permite avaliar o desempenho socioeconómico dos 308 municípios portugueses, estabelecendo rankings por regiões e hierarquizando os concelhos em três dimensões (negócios, visitar e viver). Contudo, nesta nova edição, este não é o único destaque – foram igualmente apresentadas as conclusões de um estudo feito sobre o impacto da Covid-19 nos territórios, que se baseou em inquéritos realizados a mais de mil perfis-chave nos 18 distritos nacionais.

O ranking que avalia os melhores municípios para negócios é encabeçado por Lisboa, seguindo-se do Porto, Cascais, Vila Nova de Gaia e Coimbra. Neste ranking, Vila Nova de Gaia estreou-se entre as cinco melhores performances nas marcas de negócios e Oeiras saiu do top 10.

O ranking que avalia os melhores municípios para visitar é igualmente liderado por Lisboa, seguindo-se do Porto, Funchal, Cascais e Portimão. Também aqui Vila Nova de Gaia se estreia na décima posição entre as marcas territoriais mais fortes na área do turismo, enquanto Nazaré sai do top 10.

Por fim, o ranking que avalia os melhores municípios para viver é também encabeçado por Lisboa, seguindo-se do Porto, Coimbra, Braga e Viseu. Contudo, é o município da Maia que se assume como grande destaque, já que sobe dez posições e se distingue entre os 15 melhores desempenhos.

No ranking geral, que tem em consideração todas estas vertentes, estão Lisboa, Porto, Cascais, Braga e Coimbra – o mesmo top 5 do estudo publicado em 2019. Contudo, é o município de Lisboa que mais se destaca, assumindo-se como “uma das cidades europeias mais procuradas por investidores, turistas e talento nacional e internacional”, lê-se no documento lançado pela consultora.

O relatório do estudo deste ano apresenta também três destaques relacionados com a pandemia: o município da Lousã, a região do Alentejo e o tema da habitação. Lousã destacou-se relativamente a 2019 em tópicos como ‘Praias’, ‘Atracções turísticas’ e ‘Maravilhas naturais’, o que está em linha com a subida da procura por ‘turismo rural e sustentável’, verificada a nível nacional. O Alentejo foi, de acordo com a consultora, a única região portuguesa a apresentar um volume de interesse proactivo superior ao ano anterior, o que se pode dever ao facto de as pessoas se terem afastado dos meios urbanos durante a pandemia. Por fim, a procura por habitação, entre outros temas ligados à qualidade de vida, passou a ter mais destaque nesta edição, sendo que a pandemia “ajudou a trazer mais relevância aos factores sociais que muitas vezes apareciam num segundo plano”.

Além dos rankings divididos por categorias, este estudo atribui ainda a “Marca Estrela”, uma designação dada a municípios que se destacam nas diversas dimensões e regiões de Portugal. Nas três dimensões já referidas (negócios, viver e visitar), Funchal, Viseu e Braga foram os municípios destacados, respectivamente.

Já o estudo sobre o impacto da Covid-19 nos territórios permite perceber que a pandemia teve um “grande impacto no poder de compra dos portugueses”. Da mesma forma, uma “nova tendência de êxodo urbano” e de trabalho remoto fazem surgir novas oportunidades para alguns municípios. A análise conclui também que, nos próximos tempos, os portugueses pretendem viajar para destinos domésticos, e que “os resultados das próximas eleições serão muito influenciados pela gestão da crise”.

“No ano de 2020 optámos por não fazer o lançamento da VI edição devido à volatilidade dos dados e das circunstâncias do nosso país, de quem nos visita, de quem investe ou procura Portugal para estudar, viver ou trabalhar”, diz Filipe Roquette, director-geral da Bloom Consulting em Portugal, citado no documento lançado. “De Norte a Sul vemos municípios que em condições adversas conseguiram mostrar que uma estratégia de marca forte é uma grande vantagem na recuperação, que uma gestão de informação e comunicação inteligente são essenciais para manter os nossos públicos-alvo activos, interessados e motivados”, acrescenta.

O website do ranking, onde estão disponibilizados os estudos para download, é também uma das novidades deste ano.