Os Prémios Europeus de Produção Biológica 2023 (EU Organic Awards) atribuíram a Idanha-a-Nova o título de Melhor Bio Distrito da Europa. O município da Beira Baixa venceu a corrida ao galardão promovido pela União Europeia (EU) numa categoria que também tinha como finalistas a Bio-Região de São Pedro do Sul e o Biodistretto della Via Amerina e delle Forre, de Itália.

Depois de já ter sido finalista em 2022, na edição de estreia, Idanha-a-Nova passa agora a fazer parte da lista de vencedores deste prémio que “reconhece a excelência ao longo de toda a cadeia de valor biológica, recompensando os intervenientes mais destacados e mais inovadores da produção biológica na União Europeia.” A escolha ficou a cargo de um júri composto por representantes do executivo da UE e do Comité das Regiões Europeu.

O município português eleito “é a ecorregião portuguesa com a maior área agrícola de agricultura biológica e tem vindo a apoiar projetos que reforçam as cadeias de abastecimento curtas e aumentam a oferta de produtos biológicos, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do território”, refere uma nota da União Europeia.

Já o Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, afirmou que galardão é “um reconhecimento da Europa para os agricultores, produtores e comunidades que, através das suas boas práticas, em modo de produção biológico, promovem a geodiversidade e a biodiversidade, descarbonizam, regeneram os solos, preservam e fazem bom uso da água e da energia”. Ainda durante a cerimónia de entrega dos prémios, realizada esta segunda-feira em Bruxelas, o autarca sublinhou a importância de a “Europa dar o exemplo”, renumerando estes serviços de ecossistemas e penalizando as más práticas: “Tem que proibir o uso de fitofármacos na agricultura e na transformação, como o glifosato, que a Organização Mundial da Saúde considera ser carcinógeno e nocivo para o ambiente. Tem que financiar mais estes serviços de ecossistemas para combater o êxodo rural. Com programas como o LEADER, mais próximos dos cidadãos, da microeconomia, das pequenas e médias empresas e da ruralidade.”

Entre os projetos promovidos pela ecoregião, destaca-se o Idanha Green Valley Food Lab – Incubadora de Empresas de Base Rural, que envolve mais de meia centena de empresas, a maioria a funcionar em modo de produção biológica, bem como o CoLAB Food4Sustainability, um laboratório colaborativo para a inovação na alimentação sustentável.

Os Prémios Europeus de Produção Biológica 2023 receberam este ano mais de uma centena de candidaturas, oriundas de 26 países, e atribuíram oito distinções em sete categorias. Além do Idanha-a-Nova foram ainda eleitas Viena, como Melhor Cidade Biológica, e Burgenland, igualmente na Áustria, como Melhor Região Biológica. Para este país foi também o prémio de Melhor Restaurante/serviço alimentar, enquanto uma empresa alemã conquistou a categoria de Melhor Retalhista e uma irlandesa a distinção de Melhor PME de transformação de alimentos biológicos. Os títulos de Melhor Agricultor Biológico – Homem e Mulher – foram para Grécia e Espanha, respetivamente.


Esta iniciativa é uma distinção anual, criada em 2022 e promovida, conjuntamente, pela Comissão Europeia, pelo Comité Económico e Social Europeu (CESE), pelo Comité das Regiões Europeu (CR), pelo COPA-COGECA e pela IFOAM Organics Europe. Surge no seguimento da Plano de Ação para o Desenvolvimento da Produção Biológica (lançado em março de 2021), que procura estimular a procura e a produção biológica através de várias ações, como este galardão que reconhece diferentes agentes do setor, desde cidades e regiões, a agricultores, restaurantes, empresas e retalhistas.